DEVER DE MEMÓRIA

Itinerância da Exposição “SER Consciência 30/1000 por 1VIDA”

Caminhos da MEMÓRIA, na Fundação Dionísio Pinheiro e Alice Cardoso Pinheiro, em Águeda.

    O passado dia 27 de janeiro de 2024, dia em que se assinala o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, foi marcado pela homenagem a Aristides de Sousa Mendes, na itinerância da exposição coletiva “SER Consciência…30/1000 por 1VIDA”, caminhos da MEMÓRIA, acolhida em Águeda, pela Fundação Dionisio Pinheiro e Alice Cardoso Pinheiro, um novo parceiro que se junta aos restantes promotores da iniciativa, neste conceito aberto de arte, em forma de abraço.

    Esta exposição, iniciativa levada a cabo no âmbito do Projeto UNESCO “Dever de Memória – jovens pelos direitos humanos” do Agrupamento de Escolas de Carregal do Sal, concelho natal do Cônsul ASM, que salvou milhares de vidas durante a 2.ª Guerra Mundial, tem vindo a fazer um roteiro de itinerância desde 2020. Em parceria com a Câmara Municipal de Carregal do Sal e a Fundação Aristides de Sousa Mendes, tem contado com o apoio da Comissão Nacional da Unesco, do programa Nunca Esquecer e o alto Patrocínio da Presidência da República.

    No dia, e à hora marcada, foram dadas as boas vinda pelo anfitrião, Dr. Vieira Duque, conservador daquela instituição, que num discurso eloquente, envolveu os presentes nas suas sábias palavras, norteadas pela importância de uma redobrada atenção num mundo que se esvazia de valores, onde atividades deste teor, servem para alertar consciências face aos perigos iminentes numa sociedade menos atenta ao outro e contribuir para a construção de um mundo melhor e de paz.

    Seguiram-se, as palavras de Josefa Reis, coordenadora do projeto UNESCO “Dever de Memória-jovens pelos Direitos Humanos” do AECS, que partilhou a dinâmica deste projeto e a forma como esta iniciativa começou, desde o surgir da ideia ao seu desenvolvimento, reforçando o poder fundamental das sinergias no alcançar dos objetivos propostos, ao promover reflexões perante as contingências do passado e atuais e ao desenvolver competências em prol do espírito mais humanitário em particular dos alunos, e na homenagem a este Humanista pelo seu ato de consciência. A vida é feita de aprendizagens e a escola, é um excelente palco para as promover.

    A oradora, sem se alongar, agradeceu ao coorganizador Victor Costa, ao Dr. António de Moncada Sousa Mendes, pelo apoio constante e ao novo parceiro, na pessoa do Dr. Vieira Duque, a quem ofereceu uma peça de autor, a escultura “Espiral da Memória”, ícone da ação do cônsul.

    Agradeceu a todos os presentes, uma plateia de mais de uma centena de pessoas (e ausentes) pelo contributo artístico, que permite que este abraço se torne cada vez maior e fomente a itinerância da exposição, enaltecendo a valiosa contribuição de todos os artistas que, a título gracioso, integraram esta iniciativa, que conta com mais de 80 artistas nacionais e estrangeiros, em diversas formas de expressão, como pintura, escultura, fotografia, desenho, instalação artística, poesia, caricatura, cartoon, ourivesaria, design arte gráfica e urbana.

    Seguidamente, tomou a palavra Victor Costa, que nos fez viajar pelo tempo em imagens explanadas nas obras expostas nos vários locais escolhidos para a mostra artística, lembrando os horrores do holocausto, dos perigos no presente e a fragilidade da memória.

     O Dr. António Moncada Sousa Mendes, neto do homenageado, partilhou histórias da família e acrescentou no seu discurso, a importância do Conde de Águeda, Dr. Manuel Homem de Mello da Câmara, no percurso académico de Aristides Sousa Mendes e do irmão gémeo, César Sousa Mendes, ao seguirem a carreira diplomática.

    Seguidamente, através da voz de Aurora Gaia, ouvimos palavras emotivas dos poemas de Vieira Duque e Paulo Marçalo, A atmosfera foi enriquecida com uma Paisagem Sonora, proporcionada pelo piano de Cláudia Rocha e as palavras de David Morais Cardoso e a entrega do Passaporte “Dever de Memória”, a todos os artistas participantes, este um momento de grande simbolismo.

    Por fim, foi servido um Bairrada de Honra, um brinde que sublinha a importância da preservação da memória histórica e da promoção dos valores fundamentais e dos Direitos Humanos. A exposição estará patente, até meados de abril, possibilitando a sua visita e a promoção da reflexão e da sensibilização para a relevância do recordar o passado para construir um futuro mais justo e igualitário.

Texto – Josefa Reis e Dores do Carmo
Fotos –  Josefa Reis e Isabel Várzeas

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